Por Ariane Ferreira - Pela terceira temporada consecutiva, Beatriz Haddad Maia se destaca por desbravar conquistas que nenhuma outra brasileira alcançou no tênis profissional. E apesar dos altos e baixos, terminou o ano salvando o país na Billie Jean King Cup.
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Bia Haddad começou o ano envolta a muitas expectativas, em especial por parte da mídia e dos torcedores mais ansiosos. A missão não era fácil e Bia começava 2024 com a possibilidade de superar a boa temporada realizada em 2023, na qual terminou campeã do WTA Elite Trophy, torneio que reunia o 2ª escalão das melhores do mundo, e ainda fez semifinal em Roland Garros, quartas em Wimbledon e alcançou o top 10 pela primeira vez.
A paulistana abriu o ano como 11ª do mundo e teve sua primeira grande campanha nas quadras em Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos), onde fez semifinal em fevereiro ao ser derrotada pela russa Daria Kasatkina.
O evento no Oriente Médio marcou a primeira lesão nas costas de Bia na temporada. Bia seguiu, mas teve uma sequência de três derrotas consecutivas. A brasileira seguiu oscilando e conseguiu vencer duas partidas em sequência apenas em maio, na disputa do WTA 1000 de Madri, onde ficou nas quartas de final ao ser superada pela polonesa, então número 1 do mundo, Iga Swiatek.
Bia seguiu jogando com pouca confiança e perdeu na primeira rodada de Roland Garros, onde defendia semi. A esta altura do ano, Bia já tinha sua permanência no top 20 ameaçada e sua equipe recebeu críticas e pedidos de dissolução por parte do público.
Apesar das muitas críticas e dos resultados abaixo do que projetou, Bia Haddad se manifestou publicamente mais de uma vez favorável a sua equipe comandada po Rafael Pacciaroni.
Logo após Wimbledon, onde ficou na terceira rodada em 15 de julho, Bia Haddad Maia saiu do top 20 da WTA e chegou nos Jogos Olímpicos de Paris como 22ª do mundo. NO saibro de Paris, jogando sua primeira Olimpíada, Bia caiu na segunda rodada para a eslovaca Anna Karolina Schmiedlova.
A paulistana seguiu para o piso rápido da América do Norte onde chegou a ser 23ª do mundo, e voltou a sentir uma lesão nas costas que a forçou a abandonar a disputa do WTA 1000 do Canadá.
Apesar dos altos e baixos da temporada, Bia reforçava a si mesma e em suas raras entrevistas verdades sobre o seu perfil: "de que estava há duas temporadas consolidada entre as melhores do mundo, que possui nível de tênis para o top 10 e que a confiança de outrora precisava ser reestabelecida".
O trabalho mental de Bia Haddad funcionou. Recuperada do problema físico, a brasileira arriscou um último torneio antes do US Open e fez final em Cleveland, que perdeu para a americana Mccartney Kessler. Confiante, Bia foi a primeira brasileira desde Maria Esther Bueno em simples.
Dali, embarcou para a gira asiática onde foi campeã na primeira semana no WTA de Seul, na Coreia do Sul, tornando-se a primeira latino-americana campeã do torneio sul-coreano em 20 anos de história do torneio.
A campanha em Seul devolveu Bia ao top 12 da WTA e registrou um segundo semestre melhor, em termos de resultados, que o primeiro.
No circuito, Bia ainda jogou os torneios de Pequim, Wuhan, Ningbo (todos na China) e Tóquio. No torneio japonês, Bia disputou apenas 18 minutos de sua estreia e abandonou sentindo uma lesão na parte baixa das costas.
A brasileira então embarcou para o Brasil onde se preparou com calma para a disputa dos Playoffs da Billie Jean King Cup diante da Argentina no Ginásio do Ibirapuera. Bia venceu duas duas partidas de simples de virada e ainda disputou ao lado de Carolina Meligeni Alves o ponto decisivo nas duplas, que garantiu o país na disputa de vaga nos Grupos das Finais do torneio em 2025.
Bia Haddad teve o descarte dos 700 pontos conquistados do título do WTA Elite Trophy, evento que foi encerrado pela WTA, e por esta razão fechou o ano sem poder defender os pontos e acabou como 17 do mundo, marcando sua terceira temporada consecutiva consolidada no top 20 da WTA.